Letras

domingo, 18 de dezembro de 2011

E più non canto

Canto tradicional italiano

E più non canto, e più non ballo
perché ’l mio amore l’è andà soldà.

L’è andà soldato l’è andà alla guerra
E chi sa quando ritornerà.

Faremo fare ponte di ferro
Per traversare di là dal mar.

Quando fu stato di là dal mare
Ed un bel giovane l’incontrò.

M’ha detto: Giovane, caro bel giovane
Avete visto il mio primo amor?

Si, si l’ho visto in piazza d’armi
Che lo portavano a seppellir.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Taça de branco, copo de tinto

canção popular da Beira
letra: Diana Dionísio

Os europeus engordados
Têm no mundo mil escravos

(refrão) x2
Taça de branco
Copo de tinto
Tu escavas o ouro
E eu dou-te um quinto

Ontem treino de balística
Hoje é viagem turística
(refrão)

Lusofonia no paleio
Nos bairros há tiroteio
(refrão)

Tolero a tua dissonância
Desde que seja à distância
(refrão)

De chandòri à mouraria
Muda a água da companhia
(refrão)

terça-feira, 21 de junho de 2011

Rebel song

de James Connolly

Come, workers, sing a rebel song,
A song of love and hate;
Of love unto the lowly
And of hatred to the great,
The great who trod our fathers down,
Who steal our children’s bread,
Whose hands of greed are stretch’d to rob
The living and the dead.

Refrão:
Then sing our rebel song
As we proudly sweep along
To end the age-old tyranny
That makes for human tears.
Our march is nearer done
With each setting of the sun,
And the tyrant’s might is passing
With the passing of the years.


We sing no song of wailing,
And no songs of sights or tears,
High are our hopes and stout our hearts,
And banished all our fears.
Our flag is raised above us,
So that all the world may see,
'Tis Labour’s faith and Labours arm
Alone can Labour free.

Refrão

Out of the depths of misery,
We march with hearts aflame,
With wrath against the rulers false,
Who wreck our manhood’s name.
The serf who licks the tyrant’s rod,
May bend forgiving knee;
The slave who breaks his slav’ry’s chain,
A wrathful man must be.

Refrão

Our army marches onward
with its face towards the dawn,
In trust secure in that one thing
the slave may lean upon,
The might within the arm of him
who, knowing freedom's worth,
Strikes home to banish tyranny
from off the face of earth

Refrão

sexta-feira, 17 de junho de 2011

Coro da Primavera

letra e música: José Afonso
canção incluída no disco Cantigas do Maio (1971)

Cobre-te canalha
Na mortalha
Hoje o rei vai nu

Os velhos tiranos
De há mil anos
Morrem como tu

Abre uma trincheira
Companheira
Deita-te no chão

Sempre à tua frente
Viste gente
Doutra condição

Ergue-te ó Sol de Verão
Somos nós os teus cantores
Da matinal canção
Ouvem-se já os rumores
Ouvem-se já os clamores
Ouvem-se já os tambores

Livra-te do medo
Que bem cedo
Há-de o Sol queimar

E tu camarada
Põe-te em guarda
Que te vão matar

Venham lavradeiras
Mondadeiras
Deste campo em flor

Venham enlaçadas
De mãos dadas
Semear o amor

Ergue-te ó Sol de Verão
Somos nós os teus cantores
Da matinal canção
Ouvem-se já os rumores
Ouvem-se já os clamores
Ouvem-se já os tambores

Venha a maré cheia
Duma ideia
P'ra nos empurrar

Só um pensamento
No momento
P'ra nos despertar

Eia mais um braço
E outro braço
Nos conduz irmão

Sempre a nossa fome
Nos consome
Dá-me a tua mão

Ergue-te ó Sol de Verão
Somos nós os teus cantores
Da matinal canção
Ouvem-se já os rumores
Ouvem-se já os clamores
Ouvem-se já os tambores

Mãos vazias às mãos cheias

letra de Regina Guimarães
música do Coro da Achada


Mãos vazias às mãos cheias
para se darem ou não
- ai quem dera tropeçar
e cair em mãos alheias.

Mãos na ilharga ou na massa
suando e fazendo suas
coisas que outrora eram de outros
e depois em pausa em pose.

Mãos capazes de pensar
aptas a crer sem ter visto
- e se mão sou entre mãos
persisto até me enganar.

Mãos construindo palavras
que o vento não levará:
em bruxas não acredito
porém que as há... há.

Mãos que devem temem tomam
tiram atiram aturam
pegam apagam e pagam
quem tem duas mãos tem tudo

mas ter uma é mais que nada.

sábado, 2 de abril de 2011

Tiro no liro

de José Mário Branco (1985)

Na zoologia do fala-só
Há muitos animais de tiro
Há o tiro-liro-liro e não só
Também o tiro-liro-ló

Seja tiro-liro ou tiro-ló
O tiro-liro leva tiro
Que é o mesmo que três liros e um ló
Feridos por um tiro só

Quem dá o tiro no liro
Vai p´ró chilindró
Quem dá o tiro no ló
Anda de pó-pó

Lá em cima está o tiro-liro-liro
Cá em baixo o tiro-liro-ló

Mas o liro que eu prefiro é o ló
Que ao liro-liro tira o tiro
Pois enquanto o ló transpira no pó
O liro tira o pão do ló

Há-de vir o dia em que o liro-ló
Será igual ao liro-liro
Com a concertina e o sol-e-dó
Unidos por um tiro só

Quem dá o tiro no liro
Vai p´ró chilindró
Quem dá o tiro no ló
Anda de pó-pó

Lá em cima está o tiro-liro-liro
Cá em baixo o tiro-liro-ló

ouvir aqui

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Gorizia

Canção anti-militarista italiana de 1916 que se refere à batalha de Gorizia, durante a primeira grande guerra mundial.
Mais informações aqui

La mattina del cinque d'agosto
si muovevan le truppe italiane
per Gorizia, le terre lontane
e dolente ognun si partì

Sotto l'acqua che cadeva al rovescio
[variante: che cadeva a rovesci]
grandinavan le palle nemiche
su quei monti, colline e gran valli
si moriva dicendo così:

O Gorizia tu sei maledetta
per ogni cuore che sente coscienza
dolorosa ci fu la partenza
e il ritorno per molti non fu

O vigliacchi che voi ve ne state
con le mogli sui letto di lana
schernitori di noi carne umana
questa guerra ci insegna a punir

Voi chiamate il campo d'onore
questa terra di là dei confini
Qui si muore gridando assassini
maledetti sarete un dì

Cara moglie che tu non mi senti
raccomando ai compagni vicini
di tenermi da conto i bambini
che io muoio col suo nome nel cuor

Traditori signori ufficiali
Che la guerra l'avete voluta
Scannatori di carne venduta
[altra versione: 'Schernitori di carne venduta']
E rovina della gioventù
[altra versione: 'Questa guerra ci insegna così']

O Gorizia tu sei maledetta
per ogni cuore che sente coscienza
dolorosa ci fu la partenza
e il ritorno per molti non fu.

Canção da jorna

poema: Carlos de Oliveira (de "Mãe Pobre", 1945)
música: Coro da Achada

O amor de guardar ódios
agrada ao meu coração,
É como um dia sem sol
a raiva na servidão.
Há-de sentir o meu ódio
quem o meu ódio mereça:
ó vida, cega-me os olhos
se não cumprir a promessa.
E venha a morte depois
fria como a luz dos astros:
que nos importa morrer
se não morrermos de rastros?