Letras

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Canto de Esperança

Letra: Mário Dionísio
Música: Fernando Lopes Graça
Marchas Danças e Canções, 1946 (retirado de circulação pela PIDE)



Dentro de mim e de ti
algo de novo estremece,
a vida abre-se e ri
na hora que se entretece.

Vultos parados e sós
mudez da alma sozinha,
tomai o corpo e a voz
da vida que se adivinha.

Canta mais alto, avança e canta,
lança-te à marcha, não te afastes.
Mistura a tua voz à voz que se levanta
das chaminés e dos guindastes.

Rasgam-se os céus e a terra,
a esperança cai e refaz-se.
É o grito duma outra guerra:
canto do homem que nasce.

Tomam forma consistente
as ilusões encobertas.
Caminha, caminha em frente
Para as novas descobertas.

Molda em teus dedos leais
um destino à tua imagem.
Ao ódio dos vendavais
ergue uma viva barragem.

Da lama do tempo imundo
arranca a felicidade.
Homens humanos do mundo!
Homens de boa vontade!


Ouvir versão por Luís Cília (1973).