Letras

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Dos Kelbl (Donaj Donaj)

Versão original de Aaron Zeitlin e Shalom Secundo.


Oyfn forl ligt a kelbl,
ligt gebunden mit a shtrik.
Hoykh im himl fligt a foygl,
fligt un dreyt zikh hin un tsrik.

Lakht der vind in korn,
lakht un lakht un lakht.
Lakht er op a tog an gantsn,
un a halbe nakht.

Donaj Donaj Donaj.....

Shrayt dos kelbl zogt der poyer.
Ver she heyst dikh sayn a kalb ?
Volst gekent dokh sayn a foygl,
volzt gekent dokh zayn a shvalb.

Lakht der vind in korn,
lakht un lakht un lakht.
Lakht er op a tog an gantsn,
un a halbe nakht.

Donaj Donaj Donaj.....

Bidne kelblekh tut men binden,
un men shlept zey un men shekht.
Ver z hot fligl, fligt aroyf tsu
i bay keynem nisht keyn knekht.

Lakht der vind in korn,
lakht un lakht un lakht.
Lakht er op a tog an gantsn,
un a halbe nakht.

Donaj Donaj Donaj.....

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Little Boxes

de Malvina Reynolds (1962)

Little boxes on the hillside,
Little boxes made of ticky tacky,
Little boxes on the hillside,
Little boxes all the same.
There's a pink one and a green one
And a blue one and a yellow one,
And they're all made out of ticky tacky
And they all look just the same.

And the people in the houses
All went to the university,
Where they were put in boxes
And they came out all the same,
And there's doctors and lawyers,
And business executives,
And they're all made out of ticky tacky
And they all look just the same.

And they all play on the golf course
And drink their martinis dry,
And they all have pretty children
And the children go to school,
And the children go to summer camp
And then to the university,
Where they are put in boxes
And they come out all the same.

And the boys go into business
And marry and raise a family
In boxes made of ticky tacky
And they all look just the same.
There's a pink one and a green one
And a blue one and a yellow one,
And they're all made out of ticky tacky
And they all look just the same.

Malvina cantando aqui

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

Le forban

Tradicional francesa.
Julga-se ser uma canção de prisioneiros do porto de Brest do século XVIII.


A moi forban que m'importe la gloire
Les lois du monde et qu'importe la mort?
Sur l'océan j'ai planté ma victoire
Et bois mon vin dans une coupe d'or.
Vivre d'orgie est ma seule espérance
Le seul bonheur que j'aie pu conquérir
Si sur les flots j'ai passé mon enfance
C'est sur les flots qu'un forban doit mourir.

Vin qui pétille
Femme gentille
Sous des baisers brûlants d'amour
Plaisir, bataille
Vive la canaille!
Je bois, je chante
Et je tue tour à tour.

Peut-être au mât d'une barque étrangère
Mon corps un jour servira d'étendard
Et tout mon sang rougira la galère
Aujourd'hui fête et demain le hazard.
Allons, esclave, allons, debout mon brave
Buvons le vin et la vie à grands pots
Aujourd'hui fête et puis demain peut-être
Ma tête ira s'engloutir dans les flots.

Vin qui pétille
Femme gentille
Sous des baisers brûlants d'amour
Plaisir, bataille
Vive la canaille!
Je bois, je chante
Et je tue tour à tour.

Peut-être un jour par un coup de fortune
Je captur'rai l'or d'un beau galion
Riche à pouvoir vous acheter la lune
Je partirai vers d'autres horizons.
Là respecté tout comme un gentil'homme
Moi qui ne suis qu'un forban, qu'un bandit
Je pourrai comme un fils d'un roi, tout comme,
Mourir peut-être dedans un bon lit.

Vin qui pétille
Femme gentille
Sous des baisers brûlants d'amour
Plaisir, bataille
Vive la canaille!
Je bois, je chante
Et je tue tour à tour.



Ouvir aqui uma versão dos Belle-Ile-en-Mer.

Pior que não cantar

Poema de Mário Dionísio (1978) publicado no livro Terceira Idade.
Música de João Caldas.

Pior que não cantar
é cantar sem saber o que se canta

Pior que não gritar
é gritar só porque um grito algures se levanta

Pior que não andar
é ir andando atrás de alguém que manda

Sem amor e sem raiva as bandeiras são pano
que só vento electriza
em ruidosa confusão
de engano

A Revolução
não se burocratiza

sábado, 4 de setembro de 2010

Abril 74

Canção de Lluís Lach.

Companys, si sabeu
on dorm la lluna blanca,
digeu-li que la vull
però no puc anar a estimar-la,
que encara hi ha combat.

Companys, si coneixeu
el cau de la sirena,
allà enmig de la mar,
jo l'aniria a veure,
però encara hi ha combat.

I si un trust atzat
m'atura i caic a terra
proteu tots els meus cants
i un ram de flors vermelles
a qui tant he estimat,
si guanyem el combat.

Companys, si enyoreu
les primaveres lliures,
amb vosaltres vull anar,
que per poder-les viure
jo me n'he fet soldat.

I si un trist atzar...

La fera ferotge

Canção do cantor e compositor valenciano Ovidi Montllor, 1968.

Per ordre de l'Alcalde
es fa saber a tothom
que una fera ferotge
del parc s'escaparà.
Es prega a les senyores
compren força aliments
i no surten de casa
fins que torne el "bon temps".

Tot el que tinga cotxe
que fota el camp corrent,
i se'n vaja a la platja,
a la torre o als hotels.

L'Alcalde s'encarrega,
fent ús dels seus poders,
de la fera ferotge
deixar-la sense dents.
El que això no acompleixca
que no es queixe després
si per culpa la fera
ell rep algun torment.

Jo que no tinc ni casa,
ni cotxe, ni un carret
em vaig trobar aquell dia
la fera en el carrer.

Tremolant i mig mort:
-Ai Déu, redéu, la fera!
I en veure'm tan fotut
em va dir molt planera:

-Xicot, per què tremoles?
Jo no te'n menjaré.
-I doncs, per què t'escapes
del lloc que tens marcat?

-Vull parlar amb l'Alcalde
i dir-li que tinc fam,
que la gàbia és petita,
jo necessite espai.
Els guàrdies que la veuen
la volen atacar,
la fera es defensa,
no la deixen parlar.

Com són molts i ella és sola,
no pot i me l'estoven.
I emprenyats per la feina,
a la gàbia me la tornen.

Per ordre de l'Alcalde
es fa saber tothom
que la fera ferotge
ja no ens treurà la son.
I gràcies a la força
no ha passat res de nou,
tot és normal i "maco"
i el poble resta en pau. Au!

A canção pode ouvir-se aqui

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Cânone das fronteiras

letra e música: Coro Dominguero de Sevilha
tradução: Coro da Achada

diz-me
diz-me lá tu se achas que isto é normal
normal
que as fronteiras estejam sempre
fechadas à chave
que custe a vida entrar
padapa
diz-me
diz-me
aaaaaaaaaaaaaaaaah
liberdade de movimento
(já!)

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Dulcineia, dulcineia

Poema de José Gomes Ferreira (A Morte de D. Quixote, in Poeta Militante / Viagem do Século Vinte em Mim - 1º volume, 1977)
Música de Manuel Freire (arranjo Coro da Achada)

Dulcineia, Dulcineia,
volte ao que era:
uma plebeia
sem primavera

Volte aos redis,
coberta de chagas
- sem espuma em gomis
nem brilho de adagas.

Volte ao que foi,
pois ainda conserva
um cheirinho a boi,
um cheirinho a erva...

Volte a apanhar pinhas
e bosta para os fornos.
E a tanger cabrinhas
com flores nos cornos.

Volte a andar de gatas
como os outros bichos...
E esqueça as serenatas
aos seus caprichos.

Esqueça o castelo
onde os donzéis
se batiam em duelo
à século XVI...

E volte à aldeia
da sua labuta.

Dulcineia, Dulcineia,
deixe de ser Ideia
e torne-se a carne e a alma
da nova luta.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

En la plaza de mi pueblo

En la plaza de mi pueblo
dijo el jornalero al amo
"Nuestros hijos nacerán
con el puño levantado".

Esta tierra que no es mía
esta tierra que es del amo
la riego con mi sudor
la trabajo con mis manos.

Pero dime, compañero,
si estas tierras son del amo
¿por qué nunca lo hemos visto
trabajando en el arado?

Con mi arado abro los surcos
con mi arado escribo yo
páginas sobre la tierra
de miseria y de sudor.

As freiras de Santa Clara

As freiras de Santa Clara
Quando vão rezar ao coro
Dizem umas para as outras:
Quem me dera ter namoro!

Cebolório! Cebolório! Cebolório!
Bacalhau assado
Bacalhau cozido
Muito bem batido
Com seu dente d'alho

Resina pra tirar calos
Ora pro nobis

As freiras de Santa Clara
Quando vão rezar matinas
Dizem umas para as outras
Quem nos dera amar, meninas!

As freiras de Santa Clara
Quando vão tocar o sino
Dizem umas para as outras:
Quem me dera ter menino!

As freiras de Santa Clara
Andam numa roda viva
Ora no coro de baixo,
Ora no coro de riba.

As freiras de Santa Clara
Quando vão rezar à missa
Dizem umas para as outras:
De rezar tenho preguiça!

quinta-feira, 27 de maio de 2010

De não saber o que me espera

José Afonso
(Canção do disco "Fura Fura", 1978)


De não saber o que me espera
Tirei à sorte a minha guerra
Recolhi sombras onde vira
Luzes de orvalho ao meio-dia

Vítima de só haver vaga
Entre uma mó e uma espada
Mas que maneira bicuda
De ir à guerra sem ajuda

Viemos pelo sol nascente
Vingámos a madrugada
Mas não encontramos nada
Sol e água sol e água

De linhas tortas havia
Um pouco de maresia
Mas quem vencer esta meta
Que diga se a linha é recta

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Chora a videira

Canção da Beira Baixa

O pau da vide chora
Que lhe cortaram a mãe

Chora a videira
Chora o limão
Chora a videirinha
Não chora não

Ó videira dá-me um cacho
Ó cacho dá-me um baguinho

Chora a videira
Chora o limão
Chora a videirinha
Não chora não

Vós dizeis aparta aparta
O vinho tinto do branco

Chora a videira
Chora o limão
Chora a videirinha
Não chora não

Também a mim me apartaram
De quem eu gostava tanto

Chora a videira
Chora o limão
Chora a videirinha
Não chora não

Can de palleiro

Canção de Bibiano (1976)

¡Ai!, rabioso e vello
Can de palleiro
¡Ai!, rabioso e vello
Can de palleiro
Daste conta de
Que vas morrer
E non poderás pegar
E non poderás morder

Os teus podridos dentes
Xa ves caer
Os teus podridos dentes
Xa ves caer
Caer un tras doutro
Xa ves caer

Está caendo toda
A túa dentadura
Está caendo toda
A túa dentadura
Túa forte dentadura
Virase abaixo

Abaixo a dentadura
Abaixo a dentadura

Ai raivoso e velho
Cão rafeiro
Ai raivoso e velho
Cão rafeiro.
Dás-te de conta
Que vais morrer
E não poderás pegar
E não poderás morder

Os teus apodrecidos dentes
Já vês cair
Os teus apodrecidos dentes
Já vês cair
Cair um atrás do outro
Já vês cair

Está caindo toda
A tua dentadura
Está caindo toda
A tua dentadura
Tua forte dentadura
Deita-se abaixo

Abaixo a dentadura
Abaixo a dentadura

E o asfalto é tão largo

letra: Miguel Castro Caldas
música: Coro da Achada


E agora estamos aqui
na avenida da república
oito faixas de rodagem
nos separam da outra margem
o sinal vai ficar verde
e nós podemos passar
mas temos de nos despachar
porque depois fecha
e os carros vão avançar

e o asfalto é tão largo é tão largo

do verde
para o vermelho
e depois volta para o verde
mas eu cá pensava
que as avenidas novas
eram novas mas olha
afinal já são velhas

e é tão largo tão largo tão largo

o sinal vai para pior
e eu fui desta para melhor
estou muito mal empregado
tratado assim como gado
vou esperar mais um minuto
mas depois em vez de atravessar
vou ficar no meio a conversar

e agora estamos aqui
na avenida da liberdade
são cem metros de comprido
que podem ter um sentido
com licença com licença
tenho a vida para viver

os donos do momento
somos nós e não o vento

e o asfalto é tão largo é tão largo

amor avenidas novas
praça de Londres a arder

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Muller

Canção galega de Fuxan os Ventos
(Letra: María Docampo / Música: Popular / Xosé Luís Rivas Cruz)


Recitado inicial (feminino)
A meu gaiteriño,
ainda me acordo,
cando baixabas polo monte abaixo,
e viñasme ti dicindo.

[Cantado]
Bota carne no pote, Marianiña,
bota carne no pote, Marianá,
un molete enteiro. enservelletado,
unha bota con viño, chupáená!

[Home]
Muller, fartura de loita
qué che hei decire eu, muller?!
Se ti és coma a terra nosa,
e a terra é coma ti é!
e a terra é coma ti é!
Ailalelo ailalalo.

[Coro]
Deixeivos a entrambas soias
anque convosco eu quedei
Valeira quedou a terra
ti, sementada, abofé.
Valeira quedou a terra
ti, sementada, abofé.

E o vento decia
pronto hei de volver!,
pra tira-la fame, pra poder comer.
E o vento decia
pronto hei de volver!,
pra tira-la fame, pra poder comer.
Pra tira-la fame, pra poder comer.

[Home]
Ai, muller, cántas noitiñas,
te deitaches coa tristura?,
e o vento, frio traguía,
as novas dos que marmuran.
As novas dos que marmuran
Ailalelo. Ailalalo.

E o vento decia,
pronto hei de volver...

RECITADO FINAL:
Ti és o milagre da terra
e a terra é un milagre teu
mistura de mel e cerna
de fera e de anxo do ceo.
Pariches de pé o fillo,
como fan no monte as bestas.
E hoxe que volto vencido,
para que eu venza ti te deitas.
O voltar, qué che hei decir?!
Maldito o día e a hora
en que vos deixei aquí
pra percurar vida fora!
O inverno da emigración
roubóunos a primavera,
quen eu era, xa non son,
e ti non és a que eras!
Xa poden os leiros dar
colleitas ben abondosas,
poden en Madrí falar
con palabras ben fermosas,
que nunca, nunca nos han pagar
a nosa fame de outrora!

E O VENTO DECíA,
PRONTO HEI DE VOLVER
PRA TIRA-LA FAME,
PRA PODER COMER...


Mais informações:
Versão original e ao vivo pelos Fuxan os Ventos.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Hotaru Koi

Canção infantil japonesa cujo título significa Venham, Pirilampos!. Foi escrita pelo professor primário Sanjo Rukitchi.


Hou Hou Houtaru Koi
Atchi no izu wa Nigai zou
Kotchi no Mizu wa Amai zou
Hou Hou Houtaru Koi
Hou Hou Yamamichi Koi


Mais informações:
Título em japonês: わらべうた
Podem ouvir aqui várias versões do refrão que cantamos: um coro de crianças e uma versão em piano. Existe ainda uma versão completa.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Natal dos simples

Letra e música: José Afonso
Álbum: Cantares do Andarilho
Ano: 1968


Vamos cantar as janeiras
Vamos cantar as janeiras
Por esses quintais adentro vamos
Às raparigas solteiras

Vamos cantar orvalhadas
Vamos cantar orvalhadas
Por esses quintais adentro vamos
Às raparigas casadas

Vira o vento e muda a sorte
Vira o vento e muda a sorte
Por aqueles olivais perdidos
Foi-se embora o vento norte

Muita neve cai na serra
Muita neve cai na serra
Só se lembra dos caminhos velhos
Quem tem saudades da terra

Quem tem a candeia acesa
Quem tem a candeia acesa
Rabanadas pão e vinho novo
Matava a fome à pobreza

Já nos cansa esta lonjura
Já nos cansa esta lonjura
Só se lembra dos caminhos velhos
Quem anda à noite à ventura


Mais informações:
Associação José Afonso

A semana sangrenta

versão portuguesa de La semaine sanglante, de Jean-Baptiste Clément e Pierre Dupont (1871). Canção sobre o fim da Comuna de Paris e a violenta repressão que acabou com os seus sonhos. Sim, mas...

P’ra além do bufo e do militar
Já só se vêem nos caminhos
Velhos e tristes a chorar
Pobres viúvas e meninos
Até Paris cheira a miséria
Mesmo os sortudos assustados
A moda também vai à guerra
Há passeios ensanguentados

Sim, mas... a terra treme
Os dias maus vão acabar
O contra-ataque não se teme
Se toda a gente se juntar

Perseguem, prendem e fusilam
Qualquer pessoa ao acaso
A mãe ao lado da sua filha
Nos braços do velho o rapaz.
Em vez da bandeira vermelha
O que se agita é o terror
Do escroque que se ajoelha
Aos pés do rei, do imperador

Sim, mas... a terra treme
Os dias maus vão acabar
O contra-ataque não se teme
Se toda a gente se juntar

Já os agentes da polícia
Estão nos passeios outra vez
Acham (o) serviço uma delícia
Com as pistolas que tu vês
Sem pão, sem armas, sem trabalho
A gente vai ser governada
Por um vigário ou um paspalho
Por bufos e por cães de guarda

Sim, mas... a terra treme
Os dias maus vão acabar
O contra-ataque não se teme
Se toda a gente se juntar

O povo atrelado à miséria
Será que vai ser sempre assim?
Até quando os senhores da guerra
Vão ficar com todo o pilim?
Vai até quando a santa elite
Tratar-nos assim como gado?
Pra quando o fim deste regime
da injustiça e do trabalho?

Sim, mas... a terra treme
Os dias maus vão acabar
O contra-ataque não se teme
Se toda a gente se juntar


Mais informações:
Ouvir aqui a versão original em francês.


Letra original:
Sauf des mouchards et des gendarmes,
On ne voit plus par les chemins,
Que des vieillards tristes en larmes,
Des veuves et des orphelins.
Paris suinte la misère,
Les heureux mêmes sont tremblant.
La mode est aux conseils de guerre,
Et les pavés sont tous sanglants.

Oui mais !
Ça branle dans le manche,
Les mauvais jours finiront.
Et gare ! à la revanche,
Quand tous les pauvres s’y mettront.
Quand tous les pauvres s’y mettront.

Les journaux de l’ex-préfecture,
Les flibustiers, les gens tarés,
Les parvenus par l’aventure,
Les complaisants, les décorés
Gens de Bourse et de coin de rues,
Amants de filles au rebut,
Grouillent comme un tas de verrues,
Sur les cadavres des vaincus.

Oui mais !
Ça branle dans le manche,
Les mauvais jours finiront.
Et gare ! à la revanche,
Quand tous les pauvres s’y mettront.
Quand tous les pauvres s’y mettront.

On traque, on enchaîne, on fusille
Tout ceux qu’on ramasse au hasard.
La mère à côté de sa fille,
L’enfant dans les bras du vieillard.
Les châtiments du drapeau rouge
Sont remplacés par la terreur
De tous les chenapans de bouges,
Valets de rois et d’empereurs.

Oui mais !
Ça branle dans le manche,
Les mauvais jours finiront.
Et gare ! à la revanche,
Quand tous les pauvres s’y mettront.
Quand tous les pauvres s’y mettront.

Nous voilà rendus aux jésuites
Aux Mac-Mahon, aux Dupanloup.
Il va pleuvoir des eaux bénites,
Les troncs vont faire un argent fou.
Dès demain, en réjouissance
Et Saint Eustache et l’Opéra
Vont se refaire concurrence,
Et le bagne se peuplera.

Oui mais !
Ça branle dans le manche,
Les mauvais jours finiront.
Et gare ! à la revanche,
Quand tous les pauvres s’y mettront.
Quand tous les pauvres s’y mettront.

Demain les manons, les lorettes
Et les dames des beaux faubourgs
Porteront sur leurs collerettes
Des chassepots et des tampbours
On mettra tout au tricolore,
Les plats du jour et les rubans,
Pendant que le héros Pandore
Fera fusiller nos enfants.

Oui mais !
Ça branle dans le manche,
Les mauvais jours finiront.
Et gare ! à la revanche,
Quand tous les pauvres s’y mettront.
Quand tous les pauvres s’y mettront.

Demain les gens de la police
Refleuriront sur le trottoir,
Fiers de leurs états de service,
Et le pistolet en sautoir.
Sans pain, sans travail et sans armes,
Nous allons être gouvernés
Par des mouchards et des gendarmes,
Des sabre-peuple et des curés.

Oui mais !
Ça branle dans le manche,
Les mauvais jours finiront.
Et gare ! à la revanche,
Quand tous les pauvres s’y mettront.
Quand tous les pauvres s’y mettront.

Le peuple au collier de misère
Sera-t-il donc toujours rivé ?
Jusques à quand les gens de guerre
Tiendront-ils le haut du pavé ?
Jusques à quand la Sainte Clique
Nous croira-t-elle un vil bétail ?
À quand enfin la République
De la Justice et du Travail ?

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

As papoilas

(primeira versão)
versos de José Gomes Ferreira
música de Fernando Lopes Graça

de "Marchas, Danças e Canções" (1946)

Ó papoilas dos trigais,
em ondas de cor…
Sangrentas como punhais
do nosso suor…

Dá vontade de colhê-las,
pô-las no chapéu…
Que pena não haver estrelas
vermelhas no céu.

Ó papoilas da vingança
em ondas de flor…
A nova cor da esperança
é a nossa cor.

Outras papoilas um dia,
pela terra inteira
Darão ao mundo a alegria
da nossa bandeira.

Que tu es fort

Poema de Mário Dionísio
do livro Le feu qui dort (1967)


Que tu es fort
Que tu es faible
On me l'a dit

Vrai ou pas vrai
je me le dis
un peu déçu
presque content

C'est bien le prix
convenu
de tourner à tout vent


Mais informações aqui.

Cantar as Janeiras pelas tascas da Mouraria (09/01/2010)

La bande à Riquiqui

de Jean Baptiste Clément (1884)

Bien qu’on nous dise en République,
qui tient encore , comme autrefois,
la finance et la politique,
les hauts grades et les bons emplois,
qui s’enrichit et fait ripaille,
qui met le peuple sur la paille,

C'est qui? C'est qui?
Toujours la bande à Riquiqui

Les mots ne donnent pas de pain
car nous voyons dans la grand’ville
travailleurs cherchant un asile,
et enfants un morceau de pain.
Qui fait payer, toujours payer,
le paysan et l’ouvrier?

C'est qui? C'est qui?
Toujours la bande à Riquiqui

Bien qu’on nous dise en république,
il reste encore tout à changer.
On nous parle de la politique,
on nous laisse sans rien à manger.
Et qui se moque, la panse pleine,
que tout le peuple meure à la peine?

C'est qui? C'est qui?
Toujours la bande à Riquiqui

Addio a Lugano

Canção de Pietro Gori (1895) sobre a perseguição e o exílio de anarquistas italianos (entre os quais Gori). Vem de um poema chamado Il canto degli anarchici espulsi. A música é mais antiga e vem de uma canção toscana de origem popular de autor desconhecido.

Addio Lugano bella
o dolce terra pia
cacciati senza colpa
gli anarchici van via
e partono cantando
con la speranza in cuor
e partono cantando
con la speranza in cuor

Ed è per voi sfruttati
per voi lavoratori
che siamo incatenati
al par dei malfattori
Eppur la nostra idea
è solo idea d'amor
Eppur la nostra idea
è solo idea d'amor

Anonimi compagni
amici che restate
le verità sociali
da forti propagate
È questa la vendetta
che noi vi domandiam
È questa la vendetta
che noi vi domandiam

Ma tu che ci discacci
con una vil menzogna
repubblica borghese
un dì ne avrai vergogna
Noi oggi t'accusiamo
in faccia all'avvenir
Noi oggi t'accusiamo
in faccia all'avvenir

Cacciati senza tregua
andrem di terra in terra
a predicar la pace
ed a bandir la guerra
La pace fra gli oppressi
la guerra agli oppressor
La pace fra gli oppressi
la guerra agli oppressor

Elvezia il tuo governo
schiavo d'altrui si rende
d'un popolo gagliardo
le tradizioni offende
E insulta la leggenda
del tuo Guglielmo Tell
E insulta la leggenda
del tuo Guglielmo Tell

Addio cari compagni
amici luganesi
addio bianche di neve
montagne ticinesi
i cavalieri erranti
son trascinati al nord
i cavalieri erranti
son trascinati al nord


Mais informações:
Ouvir aqui.

Eu vou ser como a toupeira

Letra e música: José Afonso
Álbum: Eu vou ser como a toupeira
Ano: 1972


Eu vou ser como a toupeira
Que esburaca
Penitência, diz a hidra
Quando há seca
Eu vou ser como a gibóia
Que atormenta
Nao há luz que não se veja
Da charneca

E não me digas que agora
Estás à espera
Penitência diz a hidra
Quando há seca
E se te enfias na toca
És como ela

Quero-me à minha vontade
Não na tua
O hidra, diz-me a verdade
Nua e crua
Mais vale dar numa sarjeta
Que na mão
De quem nos inveja a vida
E tira o pão


Mais informações:
Associação José Afonso

Chula

Popular portuguesa
Adaptação de Fausto e Sérgio Godinho


Ai que linda troca de olhos, ai que linda troca de olhos
Fizeram-me agora ali, fizeram-me agora ali
Trocaram-se os olhos pretos, trocaram-se os olhos pretos
Por uns outros que eu bem vi, por uns outros que eu bem vi

Para melhor está bem, está bem, para pior já basta assim
Para melhor está bem, está bem, para pior já basta assim

Tenho a chula no meu corpo, tenho a chula no meu corpo
Tenho o vira nos meus braços, tenho o vira nos meus braços
Quando eu trabalhar por gosto, quando eu trabalhar por gosto
Nem vou saber de cansaços, nem vou saber de cansaços

Para melhor está bem, está bem, para pior já basta assim
Para melhor está bem, está bem, para pior já basta assim

Meu amor não me falou, meu amor não me falou
Fez-me linda companhia, fez-me linda companhia
Ai às quatro é de noite, ai às quatro é de noite
E às cinco é de dia, e às cinco é de dia

Para melhor está bem, está bem, para pior já basta assim
Para melhor está bem, está bem, para pior já basta assim

Dizem que é da justiça, dizem que é da justiça,
De dar o seu ao seu dono, de dar o seu ao seu dono
Mas porquê entregar terras, mas porquê entregar terras
A quem as deixa ao abandono, a quem as deixa ao abandono

Para melhor está bem, está bem, para pior já basta assim
Para melhor está bem, está bem, para pior já basta assim

Dizes que gostas de mim, dizes que gostas de mim
O teu gosto é só um engano, o teu gosto é só um engano
Tu cortas na minha vida, tu cortas na minha vida
Como a tesoura no pano, como a tesoura no pano

Para melhor está bem, está bem, para pior já basta assim
Para melhor está bem, está bem, para pior já basta assim

Não tenho cama nem casa, não tenho cama nem casa
Ando por quatro caminhos, ando por quatro caminhos
Dois que cheiram mal se vêem, dois que cheiram mal se vêem
Outros dois com mais cheirinho, outros dois com mais cheirinho

Para melhor está bem, está bem, para pior já basta assim
Para melhor está bem, está bem, para pior já basta assim

L’estaca

Letra e música de Lluís Llach (1968)

L'avi Siset em parlava
de bon matí al portal,
mentre el sol esperàvem
i els carros vèiem passar.

Siset, que no veus l'estaca
a on estem tots lligats?
Si no podem desfer-nos-en
mai no podrem caminar!

Si estirem tots ella caurà
i molt de temps no pot durar,
segur que tomba, tomba, tomba,
ben corcada deu ser ja.

Si jo l'estiro fort per aquí
i tu l'estires fort per allà,
segur que tomba, tomba, tomba
i ens podrem alliberar.

Però Siset, fa molt temps ja
les mans se'm van escorxant
i quan la força se me'n va
ella es més forta i més gran.

Ben cert sé que està podrida
i és que, Siset, pesa tant
que a cops la força m'oblida,
torna'm a dir el teu cant

Si estirem tots ella caurà
i molt de temps no pot durar,
segur que tomba, tomba, tomba,
ben corcada deu ser ja.

Si jo l'estiro fort per aquí
i tu l'estires fort per allà,
segur que tomba, tomba, tomba
i ens podrem alliberar.

L'avi Siset ja no diu res,
mal vent que se'l va emportar,
ell qui sap cap a quin indret
i jo a sota el portal.

I, mentre passen els nous vailets,
estiro el coll per cantar
el darrer cant d'en Siset,
el darrer que em va ensenyar.

Si estirem tots ella caurà
i molt de temps no pot durar,
segur que tomba, tomba, tomba,
ben corcada deu ser ja.

Si jo l'estiro fort per aquí
i tu l'estires fort per allà,
segur que tomba, tomba, tomba
i ens podrem alliberar.


Mais informações:
Versões ao vivo pelo autor em 2004 e em 1985.
Site oficial de Lluís Llach.


Tradução portuguesa:


O avô Siset falava-me
pela manhã no umbral
enquanto o sol esperávamos
e as carroças a passar.

Siset, tu não vês a estaca
a que nós estamos atados?
Se não nos livrarmos dela
Não podemos caminhar!

Se a puxarmos, ela cairá
e não muito mais durará,
certinho tomba, tomba, tomba
bem carcomida já está.

Se eu a puxar com força aqui
e tu a puxares com força aí,
certinho tomba, tomba, tomba
e podemo-nos libertar.

Mas, Siset, já passei muito,
dilaceram-se-me as mãos,
e quando a força me falta
já não se pode aguentar.

Bem sei que está ‘podrecida
mas, Siset, está a pesar tanto,
que às vezes a força me falha.
Repete lá o teu canto:

Se todos puxarmos, ela cairá...

Se eu a puxar com força aqui...

O avô Siset já nada diz,
maus ventos o afastaram,
só ele saberá para onde
e eu aqui no meu umbral.

E enquanto passam os novatos
estico o pescoço a cantar
a canção última do Siset,
a canção que me ensinou.

Se a puxarmos, ela cairá...

Se eu a puxar com força aqui...

Vou-me embora, vou partir

Canção popular portuguesa (Alentejo)

Vou-me embora, vou partir mas tenho esperança
de correr o mundo inteiro, quero ir
quero ver e conhecer rosa branca
e a vida do marinheiro sem dormir

E a vida do marinheiro branca flor
que anda lutando no mar com talento
adeus adeus minha mãe, meu amor
eu hei-de ir hei-de voltar com o tempo


Mais informações:
Ouvir versão do Vitorino (embora seja um coro, a informação é essa)
E ainda pelo Grupo de Cante Alentejano do Orfeão Universitário do Porto.

Minha Canção

Letra: Chico Buarque
Composição: Sergio Bardotti / L. Enriquez Bacalov / Chico Buarque
Ano: 1977
Álbum/peça: Os Saltimbancos

Dorme a cidade
Resta um coração
Misterioso
Faz uma ilusão
Soletra um verso
Lavra a melodia
Singelamente
Dolorosamente
Doce a música
Silenciosa
Larga o meu peito
Solta-se no espaço
Faz-se a certeza
Minha canção
Réstia de luz onde
Dorme o meu irmão


Mais informação:
Dorme a Cidade foi uma das canções de Chico Buarque para a versão portuguesa do musical infantil Os Saltimbancos. O musical foi escrito originalmente por Sergio Bardotti e Luis Enríquez Bacalov. Foi inspirado no conto Os Músicos de Bremen dos Irmãos Grimm. Estreou no Teatro Canecão no Rio de Janeiro em 1977. Ver fonte.
Ouvir aqui.

Hanging On The Old Barbed Wire

Canção inglesa cantada na Primeira Grande Guerra (1914-18) pelos soldados nas trincheiras e conhecida em muitas versões diferentes. Hanging ont the old barbed wire satiriza a hierarquia militar. Quem é que no fim de contas é carne para canhão?

If you want to find the general
I know where he is
I know where he is
I know where he is
If you want to find the general
I know where he is
He's pinning another medal on his chest
I saw him, I saw him
Pinning another medal on his chest
Pinning another medal on his chest

If you want to find the colonel
I know where he is
I know where he is
I know where he is
If you want to find the colonel
I know where he is
He's sitting in comfort stuffing his bloody gut
I saw him, I saw him
Sitting in comfort stuffing his bloody gut
Sitting in comfort stuffing his bloody gut

If you want to find the seargent
I know where he is
I know where he is
I know where he is
If you want to find the seargent
I know where he is
He's drinking all the company rum
I saw him, I saw him
Drinking all the company rum
Drinking all the company rum

If you want to find the private
I know where he is
I know where he is
I know where he is
If you want to find the private
I know where he is
He's hanging on the old barbed wire
I saw him, I saw him
Hanging on the old barbed wire
Hanging on the old barbed wire


Mais informações:
Existem imensas versões desta música. Cá ficam algumas pela banda Chumbawamba, pelo activista anarquista Tuli Kupferberg, pelo ex-militar e activista contra a guerra norte-americano Jeff Englehart. Mais versões desta música aqui e aqui.

El Ejército del Ebro

Também conhecida como Ay Carmela. É uma música republicana cantada durante a Guerra Civil Espanhola.

El Ejército del Ebro,
rumba la rumba la rumba la.
El Ejército del Ebro,
rumba la rumba la rumba la
una noche el río pasó,
¡Ay Carmela! ¡Ay Carmela!
una noche el río pasó,
¡Ay Carmela! ¡Ay Carmela!

Y a las tropas invasoras,
rumba la rumba la rumba la.
Y a las tropas invasoras,
rumba la rumba la rumba la
buena paliza les dio,
¡Ay Carmela! ¡Ay Carmela!
buena paliza les dio,
¡Ay Carmela! ¡Ay Carmela!

El furor de los traidores,
rumba la rumba la rumba la.
El furor de los traidores,
rumba la rumba la rumba la
lo descarga su aviación,
¡Ay Carmela! ¡Ay Carmela!
lo descarga su aviación,
¡Ay Carmela! ¡Ay Carmela!

Pero nada pueden bombas,
rumba la rumba la rumba la.
Pero nada pueden bombas,
rumba la rumba la rumba la
donde sobra corazón,
¡Ay Carmela! ¡Ay Carmela!
donde sobra corazón,
¡Ay Carmela! ¡Ay Carmela!

Contraataques muy rabiosos,
rumba la rumba la rumba la.
Contraataques muy rabiosos,
rumba la rumba la rumba la
deberemos resistir,
¡Ay Carmela! ¡Ay Carmela!
deberemos resistir,
¡Ay Carmela! ¡Ay Carmela!

Pero igual que combatimos,
rumba la rumba la rumba la.
Pero igual que combatimos,
rumba la rumba la rumba la
prometemos resistir,
¡Ay Carmela! ¡Ay Carmela!
prometemos resistir,
¡Ay Carmela! ¡Ay Carmela!


Mais informações:
Aqui podem ouvir várias versões, como a El Paso Del Ebro, Ay Carmela e Viva la Quinta Brigada (sendo esta ultima uma versão chilena feita por Rolando Alarcon).

Cio da Terra

Letra e música: Chico Buarque e Milton Nascimento

Debulhar o trigo
Recolher cada bago do trigo
Forjar no trigo o milagre do pão
E se fartar de pão

Decepar a cana
Recolher a garapa da cana
Roubar da cana a doçura do mel
Se lambuzar de mel

Afagar a terra
Conhecer os desejos da terra
Cio da terra, a propícia estação
E fecundar o chão


Gravado pela primeira vez no single Milton & Chico em 1977. Mais informações aqui.
Ouvir aqui a versão de Chico Buarque e Milton Nascimento.

Les Canuts

A revolta dos Canuts, em Lyon, em Novembro de 1831, foi uma das primeiras insurreições operárias. Quando ocuparam Lyon, os Canuts, que trabalhavam 18 horas por dia por baixos salários, gritavam «Viver livre trabalhando ou morrer combatendo». Muitos morreram quando o rei Luís Filipe I mandou reprimir a revolta. Os Canuts inventaram algumas das primeiras formas de organização operária: sociedades de socorro mútuo, conselhos e cooperativas.


Pour chanter Veni Creator
Il faut porter chasuble d'or (bis)
Nous en tissons pour vous gens de l'église
Et nous pauvres canuts n'avons pas de chemise
C'est nous les canuts
Nous allons tout nus

Pour gouverner il faut avoir
Manteaux et rubans en sautoir (bis)
Nous en tissons pour vous grands de la terre
Et nous pauvres canuts sans drap on nous enterre
C'est nous les canuts
Nous allons tout nus

Mais notre règne arrivera
Quand votre règne finira (bis)
Nous tisserons le linceul du vieux monde
Car on entend déjà la révolte qui gronde
C'est nous les canuts
Nous n'irons plus nus


Mais informações:
Ouvir aqui.

La Lega

La lega é uma canção popular italiana de Pádua, cantada pelas mulheres que cultivam arroz no Vale do Pó.

Sebben che siamo donne
paura non abbiamo
per amor dei nostri figli
per amor dei nostri figli

sebben che siamo donne
paura non abbiamo
per amor dei nostri figli
in lega ci mettiamo

A oilì oilì oilà e la lega crescerà
e noialtri socialisti, e noialtri socialisti
a oilì oilì oilà e la lega crescerà
e noialtri socialisti vogliam la libertà

E la libertà non viene
perché non c’è l’unione
crumiri col padrone
crumiri col padrone

e la libertà non viene
perché non c’è l’unione
crumiri col padrone
son tutti da ammazzar

A oilì oilì oilà e la lega crescerà
e noialtri socialisti, e noialtri socialisti
a oilì oilì oilà e la lega crescerà
e noialtri socialisti vogliam la libertà

Sebben che siamo donne
Paura non abbiamo
abbiam delle belle buone lingue
abbiam delle belle buone lingue

sebben che siamo donne
paura non abbiamo
abbiam delle belle buone lingue
e ben ci difendiamo

A oilì oilì oilà e la lega crescerà
e noialtri socialisti, e noialtri socialisti
a oilì oilì oilà e la lega crescerà
e noialtri socialisti vogliam la libertà

E voialtri signoroni
che ci avete tanto orgoglio
abbassate la superbia
abbassate la superbia

e voialtri signoroni
che ci avete tanto orgoglio
abbassate la superbia
e aprite il portafoglio

A oilì oilì oilà e la lega crescerà
e noialtri lavoratori, e noialtri lavoratori
a oilì oilì oilà e la lega crescerà
e noialtri lavoratori
I vuruma vess pagà

A oilì oilì oilà e la lega crescerà
e noialtri socialisti, e noialtri socialisti
a oilì oilì oilà e la lega crescerà
e noialtri socialisti vogliam la libertà

La lega é uma canção popular italiana de Pádua, cantada pelas mulheres que cultivam arroz no Vale do Pó. É um símbolo da revolta dos trabalhadores agrícolas contra os seus patrões no fim do século XIX, quando as associações de trabalhadores começaram a ser criadas. Pode ser ouvida no filme 1900 de Bernardo Bertolucci.
Existem várias versões que se podem ouvir: aqui e aqui, por exemplo.

Limões oh limões

Poema: Mário Dionísio
Música: Pedro e Diana



Com as ancas cingidas
numa chita lilás
limões oh limões
pela beira do rio

Com um chinelo azul
o outro pé descalço
limões oh limões
de rua em rua

Com os seios mal púberes
um menino nos braços
limões oh limões
por toda a cidade

Gafanhoto, caracol (roda infantil)

Letra: Mário Dionísio
Música: Fernando Lopes Graça
Marchas Danças e Canções, 1946 (retirado de circulação pela PIDE)



À roda, à roda, companheiros,
todos amigos bons irmãos.
À roda, à roda dos pinheiros,
cabelo ao vento, as mãos nas mãos!

Gafanhoto, caracol,
pintassilgo, lagartixa,
todos sabem esta moda.
Madre-silva, girassol,
pintassilgo, lagartixa,
rebenta a bicha,
alarga a roda!

À roda, à roda desta barca,
se queres cantar tens de saber.
Deixem-me entrar, foge lagarta!
Quero ir à escola para aprender.

Gafanhoto, caracol,
pintassilgo, lagartixa,
todos sabem esta moda.
Madre-silva, girassol,
pintassilgo, lagartixa,
rebenta a bicha,
alarga a roda!

À roda, à roda, manhã cedo,
que bom correr, que bom saltar!
Nada nos pode meter medo,
nada nos pode separar!

Gafanhoto, caracol,
pintassilgo, lagartixa,
todos sabem esta moda.
Madre-silva, girassol,
pintassilgo, lagartixa,
rebenta a bicha,
alarga a roda!

À roda, à roda, à beira-rio!
Em frente, em frente, a andar, a rir,
contra a tristeza e contra o frio,
um mundo alegre construir!

Gafanhoto, caracol,
pintassilgo, lagartixa,
todos sabem esta moda.
Madre-silva, girassol,
pintassilgo, lagartixa,
rebenta a bicha,
alarga a roda!

Canto de Esperança

Letra: Mário Dionísio
Música: Fernando Lopes Graça
Marchas Danças e Canções, 1946 (retirado de circulação pela PIDE)



Dentro de mim e de ti
algo de novo estremece,
a vida abre-se e ri
na hora que se entretece.

Vultos parados e sós
mudez da alma sozinha,
tomai o corpo e a voz
da vida que se adivinha.

Canta mais alto, avança e canta,
lança-te à marcha, não te afastes.
Mistura a tua voz à voz que se levanta
das chaminés e dos guindastes.

Rasgam-se os céus e a terra,
a esperança cai e refaz-se.
É o grito duma outra guerra:
canto do homem que nasce.

Tomam forma consistente
as ilusões encobertas.
Caminha, caminha em frente
Para as novas descobertas.

Molda em teus dedos leais
um destino à tua imagem.
Ao ódio dos vendavais
ergue uma viva barragem.

Da lama do tempo imundo
arranca a felicidade.
Homens humanos do mundo!
Homens de boa vontade!


Ouvir versão por Luís Cília (1973).

En el pozo María Luisa

En el pozo María Luisa, também conhecida como Santa Bárbara Bendita é uma canção popular dos mineiros asturianos e leoneses.

En el pozo María Luisa
tranlaralará, tranlará, tranlará
murieron cuatro mineros
mira, mira Maruxina mira,
mira como vengo yo

Traigo la camisa roja
tranlaralará, tranlará, tranlará
de sangre de un compañero
mira, mira Maruxina mira,
mira como vengo yo

Traigo la cabeza rota
tranlaralará, tranlará, tranlará
que me la rompió un barreno
mira, mira Maruxina mira,
mira como vengo yo

Santa Bárbara bendita,
tranlaralará, tranlará, tranlará
patrona de los mineros
mira, mira Maruxina mira,
mira como vengo yo

Mañana son los entierros,
tranlaralará, tranlará, tranlará
de esos pobres compañeros
mira, mira Maruxina mira,
mira como vengo yo.


O Pozo Maria Luisa é uma das poucas explorações asturianas de carvão que continuam abertas. En el pozo María Luisa foi usada como canção de luta durante a Guerra Civil Espanhola. Esta canção tornou-se, numa versão portuguesa, no hino dos Mineiros de Aljustrel. Mais informações aqui.
Existem várias versões que se podem ouvir:
- Coro Minero de Torón;
- Coro Voces del Centro Asturano;
- Nuberu;
- Victor Manuel.
- E ainda uma versão de autor desconhecido que aparenta ser mais antiga.